Ac entrevista Demartini

Não há como evitar inspirar-se em algo ao produzir essa entrevista. As perguntas foram interessantes, e as respostas mais ainda. Foi tão produtiva que... sem palavras. Essa foi uma das oportunidades mais legais que tive,e com certeza fico feliz de saber que conseguimos homenagear o site de forma gloriosa. O Projeto Redfield é um sucesso! Confira abaixo toda a entrevista:


1. Muitos ainda não conseguem conceituar o que é o Resident Evil SAC. Para alguns, um site de notícias fresquinhas sobre Resident Evil. Para outros, um site onde você “encontra” Resident Evil. Informação, opinião e cultura pop. Afinal, qual a finalidade do SAC?

A verdade é que o SAC ainda passa por um processo de mudança na internet e dentro da minha cabeça. Cada hora descubro uma coisa diferente que eu posso fazer, uma ideia diferente para aplicar ou percebo que os leitores estão precisando de um foco diferente em algum texto.
A ideia fundamental do SAC era ir além da série em si. Existem dezenas de sites de Resident Evil em todo o mundo, mas pouquíssimos vão além das notícias e do conteúdo sobre a franquia, coisas tipo detonados, traduções e etc. A ideia original do site era mostrar que existe um mundo além disso, que a franquia é tão grande que acaba influenciando o mercado e o mundo do entretenimento, assim como bebe dessa mesma fonte.
Mostrar que, por exemplo, um filme tal inspirou aquela cena fenomenal de um game ou ir além do simples “eles querem ganhar dinheiro” mostrando aspectos do mercado que motivam certas decisões da Capcom e determinadas exclusividades. Existe um mundo por trás de Resident Evil, e é justamente nesse mundo que se situa o SAC.
Outra coisa que me motivou foi a ideia de que praticamente todos os sites de Resident Evil são bem frios e se limitam apenas a passar a informação, deixando a opinião para fóruns e coisas desse tipo. É uma coisa que me causa muitos problemas mas eu não deixo de fazer. Falo mal do que não gosto, falo bem do que eu curto, converso com as pessoas, dou risada com elas, tiro sarro delas e etc. É uma coisa que muita gente não entende muito bem, mas felizmente, tem bastante gente que gosta disso também.

2. O que significa para vocês Resident Evil? Embora seja uma pergunta direta, muitas pessoas costumam se embolar com esse tipo de questão. É um hobby, um tema que você gosta de tratar em sites, ou uma série no qual realmente acha importante?

Para mim, é um hobby que se transformou em trabalho e uma parte muito importante da minha vida. Eu jogo desde 1996 e faço sites desde 2000. Conheci muita gente boa – e muita gente desgraçada – nesse meio, me envolvi em muita coisa, me dediquei demais e passei por grandes momentos por causa disso tudo. Os jogos e os sites são coisas que se confundem bastante na minha cabeça, porque eles sempre caminharam lado a lado.
É como eu disse na entrevista outro dia para o Residevil (http://residevil-re.blogspot.com.br/2012/07/entrevista-com-felipe-demartini.html), qualquer série que se sustente por mais de uma década não só mantendo um sucesso e qualidade como levando tudo isso além, merece meu respeito. A importância de Resident Evil no mercado de jogos hoje é indiscutível, por mais que alguns tentem minimizar. E eu fico muito feliz de estar acompanhando tudo isso bem de perto.

3. Visto em que a internet é imensa e diversas pessoas a utilizam, legalmente ou não, como o SAC lida quando se trata de “direitas autorais”?

Não dá para conter as coisas na internet. Depois que o texto é publicado, ele está nas mãos do mundo e, infelizmente, não podemos fazer nada para impedir que alguém roube o nosso trabalho. É complicado ver outros sites, mesmo grandes, se apropriando do que é escrito - seja dando ctrl +c ctrl + v em uma notícia ou pegando algum tipo de informação que você conseguiu e ninguém mais tem. A única coisa que dá para fazer é esperar que as pessoas tenham ética e respeito e citem as fontes originais. Felizmente, isso é o que normalmente acontece, mas ainda existem muitas maçãs podres por aí.
Com artigos, o buraco é mais embaixo. São eles os conteúdos originais "de verdade", que muitas vezes dão trabalho para escrever e colocar no ar. Nesse caso, tentamos entrar em contato com o autor para solicitar a colocação dos créditos devidos, mas isso nem sempre funciona. E nem sempre é possível ter esse tipo de conversa. Já vi textos meus sobre os filmes, escritos na época em que eu era membro da equipe do F.Y.F.R.E., aparecendo em capas de DVDs piratas que estavam sendo vendidos na rua. Infelizmente, não há nada que se possa fazer sobre isso.

4. Costumo perguntar-me às vezes quantas pessoas trabalham no SAC. Em postagens mais antigas, consigo ver diferentes autores, mas já não é possível ver outro além do Felipe Demartini. Você consegue lidar com toda essa responsabilidade, sozinho?

Desde o começo de 2012, eu toco o SAC quase que completamente sozinho. Eventualmente, quando o assunto pede ou quando alguém tem uma ideia legal de texto, convido algum amigo de outro site para escrever e publicar um artigo. Mas não passa disso, notícias e praticamente todo o conteúdo grosso sou eu mesmo que faço.
Confesso que é bem difícil lidar com tudo isso sozinho. Principalmente quando está rolando algum evento e toda aquela enxurrada de informação, eu tenho que me desdobrar em dois para fazer as coisas acontecerem. Eu também trabalho no Baixaki Jogos e, nessas épocas, conciliar as duas coisas é bem complicado. Mas ainda bem, tudo deu certo até hoje e as coberturas de eventos foram justamente os destaques da trajetória do site até hoje, com mais textos e informações publicadas do que qualquer outro fansite.
Escrever os artigos também se torna um problema, principalmente depois de um dia estressante. Tem horas que eu simplesmente não quero sentar no computador para escrever, mas o dever fala mais alto. E aqui estou eu.

5. Todo mundo costuma ter uma história interessante a contar quando recordamos experiências com Resident Evil. Há alguma em mente que possa compartilhar conosco?

São muitas situações interessantes durante todo esse tempo. Mas eu acho que o que mais vai me marcar pra vida foi a oportunidade recente de conhecer Reuben Langdon, o famoso modelo de Chris Redfield e outros tantos personagens icônicos. Eu cheguei de última hora em um evento - o GameWorld 2012 - e não tinha horário marcado para a entrevista. Encaixei o meu bate papo com ele entre um e outro veículo e consegui conversar bastante com ele, que foi bem gente boa comigo. A entrevista repercutiu bem no SAC e eu ainda consegui ter a capa do meu jogo autografada, e ele hoje é o item mais querido da minha coleção.

6. Como surgiu a ideia de criar o SAC? Partiu de você, alguém o ajudou a criar... Conte-nos um pouco mais.

Sobre a ideia que fundou o SAC eu comentei na primeira pergunta. A base fundamental do SAC surgiu quando eu e a Carolina Tod deixamos o REVIL. Não aguentei ficar muito tempo sem fazer alguma coisa de Resident Evil na internet e criei o Twitter do SAC, que tinha como objetivo servir como um serviço de atendimento ao cliente mesmo: resolver as dúvidas e conversar com a galera.
Aos poucos, essa ideia evoluiu para o modelo que está hoje no ar, com grande foco nas notícias e artigos. Eu e a Tod bolamos toda a parte editorial e pensamos como seria o site nesse quesito, enquanto ela foi a responsável por toda a parte visual, montando o layout que está no ar até hoje e fazendo tudo funcionar.
O SAC conta muito com a ajuda de outras pessoas também. Tenho um documento gigantesco de pautas para artigos que podem sustentar o site por muito tempo, e boa parte das ideias vieram de leitores ou surgiram de conversas com eles. Tem também bastante gente próxima de mim que eu conto como redator convidado – alguns já escreveram para o site, outros ainda vão aparecer por lá - , que me manda notícia exclusiva ou me ajuda quando dá algum pepino. Não vou citar nomes porque isso já me causou problemas outra vez, mas eles sabem quem são e eu sempre agradeço demais a cada um deles, tanto publicamente quanto pessoalmente.

7. Você conheceu a série por si mesmo, ou por recomendação de um amigo?

Foram amigos que, infelizmente, eu não tenho mais contato hoje. Conheci a série em maio ou junho de 1996. Estava meio desencanado de video games e em uma viagem ao interior de Minas Gerais, uns colegas da rua me falaram sobre um “jogo de matar zumbis”. Fomos até a locadora que servia como ponto de encontro da galera (aqueles lugares onde você paga por hora para jogar) e juntamos uma grana para pagar várias horas e tentar chegar no final daquele jogo.
Não sei exatamente o que me chamou a atenção, mas assim que voltei para minha cidade natal, peguei um dinheiro que eu tinha guardado e comprei meu PsOne com Resident Evil. Daí pra frente, é história...

8. O SAC já possui muita história, visto que existe há um bom tempo. Como você lida com os fãs mais novatos da série? Sabe-se que muitos ainda precisam aprender mais sobre a franquia, porém outros já vêm bastante encorpados de enredo.

Não tenho problema com novatos ou noobs, como dizem por aí. Ninguém nasce sabendo de tudo e fico feliz que o SAC esteja ajudando as pessoas a conhecerem mais sobre a série, seja conhecendo os jogos além dos filmes, ou lendo mais sobre os títulos antigos que já não são tão fáceis assim de encontrar.
Tento responder todo mundo que faz perguntas pelos comentários e Twitter, nem sempre é possível, mas sempre que eu tenho um tempinho dou uma passada por lá para falar com a galera. É comum ter dúvidas, eu mesmo as tenho muitas vezes. Minha única crítica é que, muitas vezes, o povo prefere perguntar do que pesquisar a resposta, mesmo que ela seja bem simples e fácil de encontrar.

9. É muito difícil agradar todo mundo. Essa frase permaneceu em minha mente, desde o dia em que vi sua resposta a um usuário do site. Tem pessoas que não sei. Elas simplesmente gostam de criticar o trabalho de outros. Acham que o site precisa fazer “tudo” conforme o que elas querem. Tem muitos comentários que, mesmo não trabalhando no SAC, me estressa um tanto. Eu não suporto quem brinca com a palavra “porcaria”, muito menos quem adora pirraçar com o material dos outros. Considero mais digno apreciar o trabalho, e não opiniões descartáveis. Mas eu não ligo, porque tem pessoas que gostam de ver o que a gente faz. É muito bom receber um elogio sincero. É por isso que eu admiro bastante o SAC. Ele, de algum modo, me ensinou bastante coisa. Já é costume lidar com comentários depreciativos, ou simplesmente você os ignora?

Como eu disse acima, eu não tenho problemas com pessoas que sabem pouco. O meu problema é com gente que não sabe e quer cantar de galo comigo. Tem gente por aí que tem de idade o que eu tenho de experiência com a série e acha que pode vir me dar lição de moral nos comentários porque eu critico um jogo, falo mal dos filmes ou publico um artigo negativo sobre qualquer aspecto que seja. E na esmagadora maioria das vezes, essas pessoas não tem argumento para rebater o que eu estou dizendo, preferindo me taxar de “ista”, falar que “se os filmes não fossem bons não faturariam tanto” ou me atacar pessoalmente pelo que eu falei no texto. Eu normalmente ignoro esse tipo de coisa, dou uma resposta atravessada ou irônica e deixo a pessoa falando sozinha e demonstrando cada vez mais a imbecilidade dela.
Agora, o que realmente me deixa nervoso é o pessoal que acha que eu tenho obrigação de estar fazendo o SAC ou que me tratam como empregados. Acontece mais frequentemente do que deveria, gente vindo reclamar de demora em uma resposta ou por não ter tido o feedback de um comentário pelo SAC. Eu entendo essa frustração e normalmente peço desculpas, mas acho inadmissível quando a pessoa age como se eu estivesse a serviço dela.
Eu não sou um robô, eu não sou pago para fazer o Resident Evil SAC e prezo muito pela minha vida pessoal. Existem momentos em que eu simplesmente quero desligar o computador e fazer qualquer outra coisa, menos escrever ou lidar com o site. Não porque eu não o leve a sério, mas porque estou saturado e preciso refrescar a cabeça se quiser continuar. E, mais uma vez, as pessoas não entendem muito bem essas questões e, pior ainda, não sabem como é o trabalho, então preferem ser agressivas. Tem que ter paciência, mas eu não sou obrigado a aguentar desaforo.
Por isso, prefiro jamais dar um prazo para as coisas que eu vou fazer com o SAC, a não ser que elas estejam efetivamente prontas e planejadas. Quando me perguntam sobre um determinado artigo, eu sempre respondo que vai ser publicado “um dia” ou que “vai sair quando estiver pronto”. E ainda assim, já tive gente floodando o SAC uma vez por semana por causa de texto e recebi email de gente se despedindo do site porque não estava recebendo a atenção que esperava ao ter esperado 12h para receber uma resposta. C’est la vie... mas eu não sou obrigado.

10. Somos novos por aqui, e gostamos de produzir coisas “diferentes”. Entrevistas e banners são o que costumamos fazer no site. Para melhorar essa experiência, estou tentando criar novos projetos, e crescer um pouco mais esse blog. Está gostando de nosso trabalho?

Acho que toda iniciativa que venha com algum tipo de ineditismo merece ser louvada. No Brasil, sites pequenos surgem e desaparecem com uma velocidade absurda, justamente por acabarem ficando na “sombra” dos maiores por tentarem fazer a mesma coisa que eles. Uma pessoa não tem motivo para ler o site X se todas as notícias dele são copiadas de um site Y.
As pessoas procuram novidade, procuram frescor e algo de novo. Eu não teria começado o SAC para ser mais um ou apenas fazer concorrência se não tivesse tido uma ideia diferente por trás. E como eu já te disse, sua ideia de tentar desmistificar o trabalho por trás dos sites no Brasil é extremamente interessante, assim como a de dar espaço para os fãs. Palmas para você.

11. Há algum game da série em que você considera especial a si mesmo? Por quê?

Como eu disse, o meu trabalho com Resident Evil e os jogos em si se misturam muito na minha cabeça. Justamente por isso, RE5 acaba sendo o game mais especial para mim e também o meu preferido. Não apenas pelo que o título representa em si, mas também por ser o primeiro game que eu acompanhei todo o desenvolvimento e divulgação de forma mais “profissional”, levando a sério o trampo de fazer um site.
Foram meses e meses de apuração, de fuçar atrás de informação, de conhecer gente, de entrevistar gente que participou da produção, de explorar cada canto da internet em busca de coisa nova. Isso também casou com um período da minha vida em que eu tinha tempo para fazer isso e criou um espaço bem definido para Resident Evil 5 na minha mente.

12. Esse é um assunto que gosto bastante de perguntar a outras pessoas. Digo isso porque gera bastante discussão, e considero interessante expor pontos de vista. Como você vê os filmes de Paul Anderson na série?  Longas sem escrúpulos, filmes que poderiam ser mais bem elaborados...

Eu acho que eles servem bem a um público determinado, no qual eu não me encaixo. Em qualquer obra, seja um filme, livro, jogo e etc, o que realmente me atrai é o enredo. E a trama dos filmes do Paul Anderson não passam de fiapos de história para encaixar cenas com armas gigantescas, mulheres bonitas molhadinhas e cenas de ação impressionantes. Pensando um pouco, você consegue perceber que o roteiro existe apenas para encaixar esse tipo de coisa, e não o contrário, que pra mim, seria o “certo”.
Os longas têm os seus méritos. Os efeitos especiais são interessantes, as cenas são bem coreografadas, apesar de irreais, e existem poucos conceitos interessantes. Mas de maneira geral, os encaro mais como uma forma de levar a franquia para outros públicos e não como uma peça “séria” e importante de Resident Evil. A cada lançamento, quando vejo o interesse que isso gera, fico torcendo para que cada uma daquelas pessoas tenha o interesse de conhecer os jogos e ver o que é RE “de verdade”.

13. Trilhas sonoras, para muitos, não fazem a menor diferença. Para mim, uma trilha pode significar vida e morte de um jogo. Querendo ou não, ela proporciona toda a excitação que o jogador pode sentir em cada cenário. E quando falamos em Resident Evil... Praticamente as trilhas de cada jogo são inovadoras e mágicas. Elas não seguem um “padrão”, e elementos novos são adicionados a cada faixa. Para você, o que significa isso?

Confesso que não tenho muita paciência para ouvir as trilhas sonoras da série fora dos jogos. São músicas ótimas e algumas, principalmente dos primeiros jogos, se encaixam perfeitamente em uma categoria de “brilhantes”. Mas, para mim, elas só se completam com o jogo rolando e o controle na mão. Ao ouvi-las fora disso, sempre fico com a sensação de que está faltando alguma coisa.

14. A evolução da série é constante. A cada dia que passa, vemos uma franquia crescendo gradativamente. Muitos não gostam, outros gostam e outros até são indecisos. Coisas novas aparecem, e deixam coisas antigas de mão. Lei da evolução? [Risos] Talvez, mas eu gosto muito dessa série. É impossível prever o fim dessa história, e que fique assim por um bom tempo. Personagens carismáticos, vilões que querem “saturar” o mundo... Nossa! Para você, que acompanha a série há um tempo maior que o meu, como funciona ver toda essa evolução?

Não sou um chorão, nem vou advogar aqui o retorno do estilo antigo da série. Assim como você disse, tudo no mundo precisa evoluir. E Resident Evil não teria a importância que tem hoje se continuássemos presos à velha jogabilidade e aos antigos conceitos. Acima de ser um jogo, RE é um negócio e precisa acompanhar o crescimento do público.
Sinto falta de muita coisa do passado, mas não vejo como elas poderiam existir hoje em dia. Um jogo moroso, parado, em que você passa horas coletando itens e enfrentando poucos inimigos pelos cenários jamais seria influente em um mercado como o nosso, que é capitaneado por Call of Duty. As pessoas têm cada vez menos tempo para jogar e cada vez menos paciência com coisas lentas. Elas querem sentir que estão progredindo, que estão seguindo em frente. E passar horas rodando pelos mesmos cenários não se encaixa exatamente nisso.
O mais engraçado para mim é pensar no que vem a seguir. A Capcom não segue exatamente a cartilha do bom senso e isso é bom e ruim ao mesmo tempo. A empresa perde grandes oportunidades de aproveitar personagens e enredos, mas, ao mesmo tempo, inventa coisas mirabolantes que podem dar certo ou não. Sempre que eu acho que atingimos o ápice, eles fazem questão de nos surpreender. E eu vejo isso de forma extremamente positiva.

15. Se tiver um site que eu possa considerar memorável, o SAC seria o primeiro. A influência que recebo de vocês foi suprema, e peca até por excesso. É mágico cada dia em que entro no SAC. O design, o modo em que você escreve... Seu trabalho é incrivelmente influente! Algo que me motivou bastante em criar a ArklayC, foi ver que as coisas dão certo quando você simplesmente faz o que gosta. Não estou falando apenas de Resident Evil. Dedicação, escrita, responsabilidade, e muito mais são coisas que admiro e gosto de praticar. Se pudesse, passaria o dia todo perguntando mais coisas, porém seria bastante abusivo [risos]. Como de costume, a última pergunta sempre envolve algo simples, acompanhado de um grande agradecimento. É o meu modo pessoal de finalizar uma entrevista. Shady, parabéns novamente. Continue com esse grande trabalho, para que seja possível estarmos conectados cada vez mais com o mundo de Resident Evil. Para terminar, realizo a seguinte pergunta: Qual a sugestão que você tem para dar a Capcom em relação aos personagens que aguardam na “geladeira”?

Eu acho que só é importante voltar com quem tem algo de verdade a acrescentar. Esse, por exemplo, é um dos meus principais medos em relação à Sherry em Resident Evil 6. Por mais que seja legal ver um rosto conhecido voltando, é preciso uma história que faça sentido por trás disso e uma participação realmente relevante do personagem. Trazer alguém de volta simplesmente por trazer não é uma ideia que me agrade, pois geraria um retorno vazio.
Por mim, a Capcom pode ficar a vontade para criar personagens novos com histórias interessantes em vez de retornar com os antigos só para que os fãs possam ver rostos conhecidos. Principalmente gente tipo Billy e Carlos, que já cumpriram seus papeis e não têm uma relação direta e pessoal com os rumos que a trama seguiu depois dos jogos que eles participaram.